quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sonetex de um Poeta bêbado



SONETEX DE UM POETA BÊBADO
 
Odir Milanez

Eu sou um pouco gente, um pouco bicho,
numa selva de pedra a mim defronte,
catando versos, qual quem cata lixo,
vendo a vida vivendo, sob a ponte.

Eu minto por penúria e por capricho,
pois por medo não há quem me amedronte.
Durmo no chão, em meio ao carrapicho,
que dói na alma quando a perna espicho
em sonhos sensuais, ou mesmo insonte,
quando a saudade sopra algum cochicho.

De poemas a pinga é minha fonte.
É ela que me cede, a cada esguicho,
as vidências do novo no horizonte,
o provável prenúncio de um rabicho!

Como louco e poeta me percebo
e, só por sê-los, todo dia bebo!


JPessoa/PB
12.12.2011
oklima





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Sonetex

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